Era um sábado à tarde. Tínhamos ensaio do louvor. Consegui uma carona e cheguei por volta das 17:20. Cedo para quem só teria ensaio de louvor às 18:00. Antes de começar o ensaio das 18hs, estava acontecendo o ensaio do coral. Deveria ter umas cinqüenta pessoas reunidas no templo. Estavam todos sentados do lado direito do salão. Ao adentrar ao templo, logo fui para o último banco do lado esquerdo. E ali fiquei. Inclinei minha cabeça, fechei os olhos e comecei a ouvir o que estavam cantando. A música falava de esperança e expressava a alegria de um povo por estar na presença de Deus. Foi bom ter ouvido. Senti-me bem ouvindo. Foi confortante e refrigério para minha alma.
Depois disto, levantei a cabeça e de repente percebo que agora eu não só estou ouvindo como também olhando as pessoas que cantam. Fixei meus olhos na pessoa que regia o coral e comecei a refletir. Era uma jovem senhora. Aparentava uns 45 anos de idade. Então, por alguns momentos, “deixei de escutar” o que estavam cantando e passei a somente observar e admirar a maestria com que esta senhora regia. Então algo maravilhoso aconteceu. Eu estava tão compenetrado na regência, que acabei sendo regido e ministrado por ela. Às vezes eu escutava a voz da regente, que voltando sua atenção para uma parte do coral dizia: “Tá errado!”. Agora, deixando então os outros prosseguirem, a regente dedica sua atenção somente a esta ala, a fim de levá-los a encontrar o tom e o compasso certo. Em seguida, torna a sua atenção a todos.
Passado alguns momentos, voltei minha atenção para as pessoas que ali estavam. Num sábado, depois de longos dias de trabalho e muitos problemas talvez, estavam adorando. Sentadas ou em pé, não faz diferença quando estamos adorando e prestando culto a Deus. Tornei a inclinar a cabeça e percebi o Espírito Santo falando em meu coração: “Isto tudo é música para os meus ouvidos”. Quanto a mim, mal pude conter as lágrimas admirado em ver pessoas se doando e doando parte do seu tempo a Deus em amor, serviço e dedicação.
Numa sociedade moderna como a nossa, corremos o risco de dar muito mais valor nas formas e nas aparências. Nosso valor muitas vezes está naquilo temos e não no que somos. Contrariando os costumes desta sociedade moderna, encontramos um Deus que tem prazer na vida, no ser que existe e respira. Para Ele, somos como música que soa aos seus ouvidos. Somos como o cheiro suave que sobe às suas narinas. E nosso trabalho e esforço, fruto da nossa gratidão a Deus.
Deus é aquele que rege toda a criação. Toda a criação fala de Deus, das suas obras e maravilhas. Ele nos convida, inclui, ensina e nos acompanha em nossa jornada e missão. Ele é capaz de deixar os que estão seguindo bem para voltar sua atenção exclusivamente para os desentoados e descompassados a fim de integrá-los novamente. Ele não está preocupado com a forma ou com a aparência. Também não lhe chama muita a atenção formação ou capacidades. Ele se preocupa com o ser que respira, juntamente com suas possíveis inquietações. Sabe por que? Porque Deus sabe que é do nosso ser que brota a verdadeira adoração. E você? Sabia disso?
Harry Érick
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