E, pondo-se a caminho, correu para ele um homem, o qual se ajoelhou diante dele, e lhe perguntou: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna? E Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é Deus. Marcos 10:17 ,18
"E, pondo-se a caminho, correu para ele um homem, o qual se ajoelhou diante dele"
Penso que a reverência prestada a Jesus pelo Jovem rico foi uma maneira respeitosa e educada que ele encontrou de tratar um mestre, alguém que tem autoridade e apta para ensinar, doutor em alguma ciência. É diferente das outras pessoas que se achegaram a Cristo em adoração, prostrando-se e reconhecendo Jesus como o Cristo - Messias, como é o caso daquele leproso de Marcos 1:40.
"Não há bom senão um só, que é Deus"
Interessante: Por que Jesus pergunta ao jovem rico: “Por que você me chama de ‘bom’?” Jesus não se considerava ‘bom’? Então por que a pergunta?
Aqui há uma questão cultural muito forte ligada aos ensinos judaicos e a Deus como único Deus. Jesus não está se contradizendo. Cristo não precisa provar para ninguém que ele é Deus. Vemos isto quando foi tentado em Mateus 4. Certo de sua identidade no Pai, não tem dificuldades em dizer: "Ninguém há bom senão um, que é Deus".
Logo no início da conversa com o Jovem rico, a simples resposta de Cristo confrontou-o na questão de querer obter alguma graça por meios que não seja Deus. Cristo está chamando a atenção do Jovem para Deus. Cristo desvia o foco do jovem em sua posição de mestre para Deus.
Como crentes em Cristo e líderes espirituais, de alguma forma estamos sendo referência, influenciando pessoas. Em todo momento estamos sendo abordado por "jovens ricos", que nos prestam reverência e nos tratam muito bem. Nosso ego porém nos ajuda, fazendo-nos sentir como se fôssemos invencíveis. Embora seja muito bom ser honrado, receber palavras de afirmação e reconhecimento, temos que ter em mente a consciência de que somos volúveis. E nunca devemos nos esquecer, não queremos chamar a atenção para nós, mas para Deus, pois: "Bom só há um, que é Deus".
Não podemos perder o foco de Cristo em nossa vida por causa de reverências, privilégios, status, bens materiais ou dinheiro. Não podemos nos esquecer de onde saímos e quem nos tirou dum lamaçal de pecados.
O texto mostra Cristo como uma pessoa muito convicta de sua identidade e da sua missão. Não se vendeu por privilégios, status, dinheiro. Não se intimidou e também não se diminuiu na presença de pessoas ricas e de poder. Disse o que tinha de dizer; fez o que tinha que fazer, e em tudo, permaneceu firme em seu propósito. Seu caráter e suas palavras são confirmadas por seus frutos. Sua missão é entendida por meio da cruz e da sua ressurreição. Em tudo, glorificou o Pai.
Harry Érick
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