"Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. ...porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre". Samos 133:1,3b
Quando falamos em comunhão, a primeira coisa que deve vir em nossa mente é a nossa comunhão com Deus.
Desde os primórdios da nossa existência, sempre foi de Deus a iniciativa de estar em comunhão e harmonia com a sua criação. Em Gênesis 3 percebemos Deus bem acessível, sociável e comunicativo. O texto deixa claro a comunhão e a intimidade que Deus tinha com Adão e Eva. Assim, o princípio da harmonia e comunhão do ser humano entre si deve ter fundamentação e espelho em sua comunhão com o próprio Deus.
Tudo era perfeito e harmônico até o pecado romper esta comunhão e quebrar esta harmonia. Contudo, Deus não desistiu e nunca desistirá do ser humano. Desde então Deus procurou meios para falar e se revelar ao ser humano de maneira clara e objetiva. No Antigo Testamento, em Abraão, a comunhão e o relacionamento de Abraão com Deus era feito por meio de altares e sacrifícios. Em Moisés, há uma organização por meio de sacerdotes, e todo o povo passa a se reunir na tenda do encontro, cada família com a sua oferta de sacrifício. E o sacerdote é quem era responsável pelo sacrifício. Mais adiante a comunicação com Deus também era feita por meio dos profetas, e a comunhão continua sendo por meio de sacrifício de animais. Já no novo testamento, temos comunhão com o Pai por meio do sacrifício de Cristo. A partir de então, já não mais é necessário sacrifício, pois Cristo se fez sacrifício por nós.
A prática do sacrifício pelo pecado era constante no Antigo Testamento. Normalmente era feito pela manhã e no cair da tarde. Esta era a prática do povo para estar em comunhão com Deus. O povo se reunia na porta da tenda da congregação, cada um com o seu animal para sacrifício. É interessante pensar que, pelo tipo de animal que seria sacrificado, sabia-se mais ou menos o tipo de pecado. E o que chama nossa atenção nisso é o fato das pessoas não terem vergonha ou algum constrangimento com isso e continuarem juntas, sem se importar com o pecado do outro, porém focado na comunhão com Deus e adoração.
O Salmos 133 diz que quando estamos em comunhão Deus ordena sua benção e a vida para sempre. Desta forma, em Cristo estamos em comunhão com Deus, porém está cada vez mais difícil estabelecer comunhão uns com os outros. E neste sentido, estamos perdendo de ser abençoados. Imaginemos que houvesse pecado de diversos tamanhos: P, M, G, GG. Digamos que para um pecado "P" eu tenha que sacrificar uma pomba, e para um pecado "GG" um boi. Então vou para a igreja com um boi nas costa enquanto o meu irmão está com uma pomba. Quando nos encontramos no caminho para a igreja ou na igreja, será que continuaríamos juntos louvando a Deus sem constrangimento ou vergonha?
Quando perdemos o foco do nosso relacionamento com Deus, perdemos também a comunhão com o corpo de Cristo. Deixamos de ser grandemente abençoados por Deus por meio da ministração da Palavra, dos cânticos, do testemunho, do serviço, da convivência com os irmãos. Nossa vida espiritual e as demais coisas começam a declinar. Ou seja, deixamos de ser abastecidos por Deus. É claro que não existe pecadinho e pecadão, mas a comparação que fazemos entre nós tem sido inevitável. Por isso, para seguir a Cristo e estar em comunhão com o corpo de Cristo exige de nós amor, disciplina e perseverança na fé. Quando estamos em comunhão com Deus e com o próximo, ali Deus ordena sua benção e a vida para sempre. Fé, foco, força e determinação. Jesus não disse que seria fácil, mas deu certeza de que a caminhada valeria a pena.
Harry Érick
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