“Esse é o culto racional de vocês. Não se amoldem às estruturas deste mundo, mas transformem-se pela renovação da mente.” Romanos 12:1b,2a
Precisamos
estar mais atentos e despertar-nos para uma consciência mais sensível
acerca das inquietações das pessoas e o clamor do mundo. Temos a
responsabilidade de reagir de maneira cristã e construtiva diante deste clamor.
Estamos frente a uma sociedade, que embora às vezes negue a sua necessidade de
Deus, está sempre em busca por uma realidade suprema que se encontra além do
universo material. Estamos diante de uma sociedade que está não só à procura de
Deus, porém também de significância e comunhão.
Diante
dessa realidade, caminhamos cada vez mais para a negação dos
princípios e valores do Reino de Deus, e neste sentido, como igreja do Senhor,
encontramos alguns desafios: o desafio do marxismo, pregando que a fé religiosa
é ultrapassada e querendo substituir Deus com sua pregação; o materialismo, que
traz a ciência e o intelectualismo como uma forma de se expressar; o abuso de
drogas e a proliferação dos cultos religiosos e sincretismos, tratado como
uma fuga, uma ausência do corpo para encarar os problemas da vida. Estamos
diante de uma sociedade cada vez mais moldada pelo consumismo, que desfigura e descaracteriza
o ser humano como pessoa de valor próprio. Deparamo-nos com uma
sociedade sufocada pela tecnologia, que substitui as pessoas por coisas. Dessa
maneira, temos também uma sociedade carente, que constantemente está em busca por
comunhão, que é a procura pelo próximo.
Diante
destes apontamentos, é possível refletir sobre qual tem sido o papel
desempenhado pela igreja no mundo ou ainda perguntarmos o que temos feito
enquanto igreja de Cristo para que este quadro possa ser revertido. Verdade é
que, mesmo sufocada pela pós-modernidade e seus conceitos, a igreja resiste e
ainda tem sido uma voz apontando o caminho certo para uma nova realidade. No
entanto, ao se deixar levar pela corrupção deste século, a Igreja do Senhor tem
perdido aos poucos seus valores e sua voz profética, sendo muitas vezes motivo
de chacota e vergonha.
Uma
espiritualidade cristocêntrica e o retorno à Palavra de Deus é uma proposta
para um novo encontro transcendental com Deus, nosso Criador. Diante desta
proposta, devemos nos questionar sobre qual tem sido o conteúdo da nossa
mensagem ou quem de fato estamos adorando enquanto Deus. Se estas inquietações
partem de cada ser humano, podemos dizer que as drogas, o marxismo, o
materialismo e tantos outros meios têm servido como compensação imediata e
superficial para amenizar o sofrimento e o vazio existencial causado pela falta
de temor a Deus vivido no presente século. E se isto tem tomado o lugar de Deus
em suas vidas é porque de alguma maneira temos falhado como igreja de Cristo em
nossa missão de testemunhar do Evangelho a partir de uma vida transformada.
A
igreja precisa voltar à Palavra, ao Evangelho puro e simples, rever sua teologia e trabalhar com um
pouco mais de empenho e excelência na prática do seu ensino. Temos trabalhado a
vida toda formando pessoas para serem líderes, membros de igrejas, mas não
preparamos pessoas para serem discípulos verdadeiros de Cristo. Nessa
perspectiva, parecemos mais com “igrejas de produção” do que com a Igreja de
Cristo. Temos estado muito ocupados e preocupados com a expansão
denominacional, estruturas organizacionais, programações, eventos, dinheiro e
posse de bens do que com pessoas.
Temos
que ser francos. Estamos ocupados demais para se preocupar com pessoas. Não
temos nos comportado como Igreja do Reino de Deus, preocupadas e ocupadas com
as pessoas e a mordomia da Criação. Se não temos tempo para ouvir as pessoas e
suas inquietações, quanto mais para ouvir a voz de Deus em nossos corações
falando do quanto necessitamos de conversão.
Harry Érick
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