Depois de ter trilhado uma boa parte do caminho, por fim chegamos ao momento mais importante para todos nós que trilhamos a caminhada cristã: O perdão e a reconciliação. Não é o final, mas um novo começo.
O relato diz que depois dos acontecimentos, Pedro estava reunido com seus amigos. Voltaram a pescar e novamente sob a palavra de Cristo, pegaram muitos peixes. Pedro expressou sua alegria ao ver Cristo na praia e até se entusiasmou quando foi à nado ao seu encontro. Passou aquela noite na companhia de Cristo e seus amigos. Comeram peixe. Devem ter dado risadas, contado histórias. Tudo aparentemente parecia bem.
Uma pessoa sorri com os lábios tentando esconder sua dor com a aparência, porém Deus sonda o coração. Ele sabe quando um coração está triste e amargurado.
Talvez muitos digam: "Por aquilo que Pedro fez, ele merecia uma bronca daquelas e quando mais, uma punição". Mas ao contrário de nós, Jesus age diferentemente. Jesus não quer colocar mais peso sobre nós mas aliviar o fardo. Ele recebe a Pedro com amor, e até a forma de se dirigir a ele foi discreta, surpreendendo-o com palavras que falam ao seu coração. Jesus começa então a tratar as feridas de dentro para fora, e pouco a pouco Pedro vai sendo restaurado, confirmando novamente o seu amor por Cristo.
“Tu me amas”?
Jesus por três vezes seguidas faz a mesma pergunta a Pedro. Isto leva Pedro a uma reflexão profunda em seu coração sobre sua atitude e sobre a importância de se arrepender.
Não se trata aqui de mero rompimento de contrato como se fosse possível rasgar o anterior e simplesmente fazer um novo. Temos uma aliança com Cristo, não um contrato. Esta aliança é de carne e osso, não de papel. Por conta disso, desconsiderar a dor e a amargura de Pedro seria um descaso para com sua pessoa.
Por três vezes Pedro teve a oportunidade de consultar suas convicções acerca de Cristo e de sua atitude impensada. Na terceira vez sua resposta é uma certeza que vêm de um coração profundamente arrependido: "Tu sabes todas as coisas". Certamente, Cristo podia saber que o que ele estava dizendo era de fato uma verdade pensada, sentida e decidida.
Jesus também curou as lembranças tristes de PedroQuando este negou Jesus, estava ao redor de uma fogueira, Jesus então promove esse momento com Pedro na praia utilizando dessa mesma cena “ao redor uma fogueira”. As perguntas que Cristo lhe fez foram três vezes repetidas, assim como fora três vezes que Pedro negou a Jesus. Olhar para as pessoas agora não é mais vergonhoso. Estar diante de uma fogueira não é mais sinônimo de amargura. Agora Pedro pode sair da sua caverna com dignidade, moral, e estima.
O perdão e a reconsilhação seguem atitudes exteriores.
Quando Jesus diz: “Apascente as minhas ovelhas.” João 21.16, está fazendo a recolocação de Pedro na família e no ministério. A Ceia do Senhor também tem este caráter e significado para nós. Além de nos lembrar da aliança que temos em Cristo, é um ato de confirmação do nosso amor, da nossa devoção e dedicação a Cristo nos recoloca na família e no ministério de Cristo.
Além da importância de receber perdão, tembém é muito importante o perdão e o amor próprio.
Isto se reflete em nossa aparência e atitudes. Na medida em que o nosso mundo interior vai sendo organizado e restaurado, o nosso mundo exterior se torna uma conseqüência, um prolongamento de quem somos em Cristo.
O perdão não é um sentimento, mas envolve sentimento.
Na maioria das vezes não sentimos que devemos perdoar, porém, entendemos que é preciso. Por isso, perdoar se torna uma tarefa tão difícil e dolorosa. Perdoar é uma atitude que envolve sentimento, renúncia e principalmente obediência. Só Deus, por meio do Espírito Santo, pode chegar a um lugar tão profundo e nos convencer desta atitude.
É verdade que tentamos acertar sempre, mas infelizmente acontece de errarmos. E não devemos nos esquecer que cada atitude trás consigo suas consequencias e não estamos isentos delas. Entendendo a importância do perdão, meu desejo é que não deixemos de perseverar.
"Perdoa-nos assim como temos perdoado"
colaboração: Gilmara Macedo
Muito carregam sozinho o peso de culpas antes não confessadas ou perdoadas. São com certeza pesos desnecessários.
ResponderExcluirPergunto: Como seria a vida de Pedro se não tivesse aquele diálogo com Jesus do “tu me amas”?
Abraço Harry e obrigada por me permitir contribuir nesse texto! Aliás, o texto praticamente é todo seu! Parabéns!
Gilmara Macedo