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Verdades que libertam




Ser cristão não é ser religioso

Não podemos confundir modismo evangélico com vida cristã, fazer parte de uma religião com o ser cristão, discípulo de Cristo. Tão pouco, confundir bênçãos espirituais com posses e riquezas. Depois que somos contaminados com esta busca egocêntrica e doentia, torna-se cada vez mais difícil discernir qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12:1,2; 1Jo 2:15-17). Não seja como o rico da parábola do "Rico e Lázaro", que só depois de estar em tormentos, desejou estar no céu. Só depois que não havia mais o que fazer, despertou para a realidade do Evangelho da salvação. 

Algo só é tarde demais quando não há mais nada a fazer a respeito. Por isso, não adie decisões importantes e urgentes. Tudo àquilo que é concernente à salvação, à nossa vida espiritual são e devem ser prioridades em nossa vida diária. Não deixe para depois o arrependimento por seus pecados, a reconciliação com Deus, o retorno à igreja, a participação na celebração da ceia. A ceia é o ponto alto da fé cristã, por isso, se algo te impede de participar do corpo e do sangue de Cristo, trate logo de se concertar com Deus. Portanto, leve Deus a sério, trate o pecado com seriedade e preze por uma vida cristã autêntica.

Você não foi chamado para converter pessoas.

Uma das frustrações e desânimo, tanto na vida pessoal como na ministerial, compreende a falta de resultado decorrente à pregação do Evangelho. Muitos compreendem a missão de ir e pregar o Evangelho a toda criatura, porém, poucos prestam a atenção de que o resultado, ou seja, a conversão, é obra do Espírito Santo. 

Uma historinha bem interessante ilustra esta realidade. Deus virou para um homem que estava muito desanimado e disse-lhe: “Meu filho, tenho uma missão para você. Sabe aquela pedra enorme que está perto da sua casa Quero que a empurre sem parar, faça chuva ou faça sol não pare de empurrá-la, empurre-a com toda tua força e toda a tua vontade." E o homem respondeu: sim Senhor eu farei o que me pede. E mesmo sem entender, o homem resolveu obedecer. Dia a dia ele pelejava empurrando a pedra com toda a sua força, mas ela não se movia. E cada noite, retornava para sua casa aborrecido, sentindo que seu esforço era em vão. Pensando em desistir, elevou seus pensamentos em oração e disse: - “Senhor, tenho trabalhado duro fazendo exatamente aquilo que o Senhor me mandou, entretanto, após todo esse tempo não consegui mover a pedra nem por um milímetro. O que está errado? Porque tenho falhado? O Senhor, em sua infinita misericórdia e conhecendo a aflição que tomava conta daquele coração, respondeu-lhe: - “Meu filho, quando eu lhe disse que tinha uma missão para você, você aceitou, expliquei-lhe que o seu trabalho seria empurrar a pedra todos os dias, e é o que você tem feito. Eu nunca lhe ordenei que a movesse. Porque você pensa que falhou? Você fez exatamente o que lhe pedi e quando chegar a hora, Eu mesmo moverei a pedra.

É Deus quem opera em nós tanto o querer como o realizar. A conversão é obra do Espírito Santo, pois é ele quem convence o ser humano do pecado, da justiça e do juízo. Contudo, é de nossa responsabilidade a pregação, o fazer discípulos, dar testemunho do Evangelho e de vida cristã.

É para Deus que precisamos nos mostrar cristãos.

Já dizia Paulo a Timóteo: "Procura apresentar-te a Deus aprovado" 2Tm 2:15. Assim, não é para se mostrar às pessoas que nos tornamos cristãos. Não é para ser vistos por pessoas ou elogiado por elas que fazemos o bem. Não é para ser retribuídos ou recompensados que ajudamos pessoas. É porque somos salvos, e como salvos, é nosso dever tratar nossos semelhantes da mesma forma como somos tratados: com amor, misericórdia e perdão. Por isso, prosseguimos fazendo o nosso melhor para Deus. Esperando tudo de Deus sem esperar nada dos outros.

Não me foge da mente pensar que a alegria, a felicidade e o "sucesso" da missão de Cristo no mundo deveu-se ao fato de ele ter andado em conformidade com a vontade do Pai. Sendo assim, não é problema de Cristo se muitas pessoas ficaram descontes e frustradas por causa da sua obediência ao Pai. É para Deus que temos que prestar contas da nossa vida. É para ele que preciso me apresentar aprovado, como obreiros que não tem do que se envergonhar, que faz bom uso do Evangelho, para glória de Deus, em prol da sua vontade e do reino de Deus. 

Quando penso em agradar a Deus, não consigo separar o seu amor, misericórdia e perdão. Não consigo deixar de lembrar de que o próprio Deus se identificou comigo para poder me compreender. Não consigo deixar de pensar em sua Graça que me amou sem merecimento algum. Por isso, quando procuro me apresentar a Deus, faço tudo o que posso para estar em paz e harmonia para com a sua vontade. E mesmo sabendo que sou incapaz de ser melhor, sua graça, amor e misericórdia me diz que é o bastante. E da mesma maneira que Deus se apresenta a nós, assim também é nosso dever nos apresentar aos nossos semelhantes.

Harry Érick

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